Existem algumas pessoas que só de você olhar por trinta
segundos ligam um sinal de alerta, um aviso que vai dar merda e que você irá se
ferrar, e você como eu ignorará todos estes sinais, pois eles não sabem o que é
bom.
setenta batidas por minuto em média
para absurdos cem. Seu corpo será bombardeado por várias minas: dopamina,
adrenalina, endorfina e muito mais. E neste momento meu amigo você perdeu,
nestes exatos trinta segundos que você pôs os olhos naquela criatura que irá
lhe dar aflições, causar ciúmes, tirar o seu sossego, mas também lhe darão
muitas alegrias, momentos inesquecíveis.
Você verá ela entrando, com seu caminhar leve, seu cabelo
cintilando suavemente pelos ombros, você notará que ela carrega um tímido e
despretensioso sorriso no rosto, e uma olhar meio distraído. Ela estará com um
semblante um pouco triste, como quem precisa de proteção (nós homens adoramos
proteger), ela será perfeita.
E ela era perfeita, e estava ali para mim, veio me
encontrar, estava linda, ela tinha um e cinqüenta e nove de altura ,com seus
cabelos pretos e olhos castanhos, mas tudo que eu vi naqueles trinta segundos
foi o seu sorriso, aquele leve sorriso com a boca fechada, apertando a boca que
depois se abria em um belo e grande sorriso, Ela era perfeita, eu acho que já
disse isso. Mas não importa, porque naqueles trinta segundos eu perdi para ela,
seu nome era Juliana, espero que guardem esta descrição, pois provavelmente
precisão dela no futuro.
Assim foram os meus trinta segundos, naquela mesa, que tinha
apenas uma xícara de café, eu e ela. Nem o frio do mês de maio, nem o
insistente vento que ousou bagunçar seu cabelo me causaram tanto arrepio quanto
aquela visão. Minha vontade era beijá-la ali mesmo.
Eu sempre a vi caminhando pelos corredores do trabalho, nunca
tinha reparado o quanto ela era atraente. Era sempre “Bom dia”, “Boa tarde”,
“Não durma na mesa” essas coisas apenas, até que um dia, em uma conversa meio
despretensiosa resolvemos nos encontrar para um café, e aqui chegamos nessa
mesa de café.
-Então você gosta de café? – Perguntou ela assim que chegou
e pediu dois cafés de nomes estranhos e um monte de pães de queijo para
acompanhar.
-Você não pode vir aqui e não provar este café, e demais. –
continuou ela.
E ela continuou falando do café, de como eles colocavam
avelã para suavizar o sabor, enquanto isso gesticulava como os italianos, chamava
bastante atenção de todos com os seus gestos.
-Você é todo certinho né?
-Não sou muito. Só estou achando engraçado o jeito que você
fala.
-Isso porque você ainda não me viu bêbada.
-Quando você bebe você fica ainda mais engraçada?
-Quando bebo eu fico louca. Queria estar bebendo agora.
-Por que?
-Por que assim poderia te beijar e botar a culpa na bebida.
-Então acho que vou por a culpa neste café...
E foi assim que nos beijamos, sem criar clima, sem jogos,
ela apenas queria me beijar e falou isso.
..... Continua
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