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A Moça cheirosa do Banco


Mesmo com todas as modernidades sempre temos que ir aos banco para resolver algumas coisas. Como por exemplo ativar a chave de segurança do celular, apenas para poder sacar uns trocados... estas longas horas de espera seriam um tédio, se não fosse aquele cheiro doce de um perfume floral que me fez perder o foco de tudo que eu fui fazer naquela agência. 

Ela era uma mulher bonita, isso não posso negar, cabelos pretos, que eu quase não gosto, usava uma calça preta e uma blusa branca. Mas aquele cheiro, ah! aquele doce cheiro atiçou todos os meus instintos, e imediatamente eu senti que deveria ir falar com ela. 

Eu tinha de pensar em algo.  Não seria ela que iria me atender, ela trabalhava com seguros e eu só queria ativar esta bendita chave de segurança.  

Preciso pensar em algo para ir falar com ela. Pensei, mas como? 

Não achei resposta para esta pergunta. Nunca fui bom com flertes, então resolvi utilizar o passo mais básico de toda interação, puxar assunto e ver o que acontece. 

Caminhei até a moça, [Eu 1 x 0 timidez]. E quanto mais me aproximava mais desesperado ficava por não ter qualquer pergunta que me ajudasse a puxar assunto com esta aquela mulher. 

Faltavam poucos passos, tarde de mais para desistir, ela já me notou e olhava com atenção minha aproximação. Percebi que ela me examinou da cabeça aos pés, e ainda fez aquele lance de olhar por cima dos óculos que me deixa louco. 

- Se ela morder a caneta eu apaixono. Pensei. Mas, ela não mordeu, apenas continuou me observando. Neste momento o meu FODA-SE estava ligado.

Finalmente cheguei a mesa da moça e ela gentilmente perguntou em que poderia me ajudar.

Ah! Se ela soubesse ou que eu realmente desejava naquele momento. Mas então disse:

- Olha estou com dois problemas.  – Falei com uma cara séria, como se a empresa estivesse acabando com minha vida. Ela toda preocupada e mostrando disposição em ajudar perguntou:

- O que você precisa? Farei o possível para te ajudar.

- Já são meio-dia e ainda não almocei, onde se tem um bom restaurante aqui?

Ela me olhou com cara de surpresa, mas logo se recompôs e tentou dominar a situação.

-Tem um ótimo no quarteirão de baixo, imagino que o segundo pedido seria para que eu agilizasse seu atendimento, mas neste caso não poderei te ajudar, mas se tiver qualquer outra coisa que poderia lhe ajudar é só pedir.

Sem querer, ou não ela me deu uma brecha para encurtar o jogo e já convidá-la para um almoço.

- Na verdade não, eu gosto da vista daqui deste Banco.

- Tem dias que a vista aqui é muito boa, isso devo concordar, mas quase sempre é cansativo esperar. – Disse ela.

- Nisso eu concordo, as vezes pode ate ser cansativo, mas acho que vale apena conhecer o que pode ser oferecido, principalmente se agregar valor.

Naquele momento não sabia se estávamos falando do Banco ou de nós, mas estava gostando. Uma das partes que mais gosto nos relacionamentos são as fases da conversa, no início cheio de mensagens escondidas, onde tudo que falamos sobre qualquer coisa na verdade é sobre nos mesmos. Depois que já estamos juntos, o conhecer sobre o outro, particularmente porque eu adoro descobrir pessoas. E com o tempo os planos.

- Você não vai almoçar? E qual seria a segunda coisa que eu poderia lhe ajudar?

- E vou, mas antes queria lhe dar meu  telefone e te convidar para jantar.

- A ordem não esta errada, você não deveria pedir o meu telefone e me convidar para jantar.

- Ah! Sim o script padrão é esse, mas como no final das contas será você que irá decidir mesmo, melhor você ficar com o meu número, e me ligue para nós continuarmos a conversa.

- E se eu não ligar?

- Perderá uma ótima chance de agregar valor.

Nesta hora eu estava em um jogo arriscado, apostei na curiosidade feminina, e principalmente apostei no “tanto faz”. Embora queria muito levar ela para sair, eu e todos os homens de Uberlândia, queria que ela visse que eu era diferente destes caras... o recado subliminar foi: Eu quero muito te levar para sair, mas não irei implorar por isso, pois quem ganha com isso é só você.

Recado dado saí sem pegar o telefone, e sequer o nome da moça, fui almoçar e esperar uma ligação.

Passaram dois dias, uma semana e nada, até que ontem sábado após postar uma foto de uma pizza no Facebook recebo uma ligação.

- Você me deve um convite para jantar... pode ser esta pizza.

- Desculpe mas não identifiquei o número...

- Sou eu, Iris, do Banco...

- Sim está convidada. Venha hoje, que agente come a pizza e conversa um pouco...

E disse  meu endereço logo em seguida.

Estranhamente as mulheres sempre se convidam para vir em minha casa, com as melhores intenções, é claro... E devo admitir que a estratégia deu mais certo do que eu esperava, pois ela pegou meu Facebook com uma amiga minha, esperou, mas não resistiu em tentar me conhecer.

Então uma hora depois estávamos comendo pizza na minha casa e nos conhecemos, conversamos sobre nosso amores não correspondidos de como as pessoas que gostamos fazem questão de ficar com pessoas que não as merecem apesar de nosso esforços.

Então ela disse.

- Se você fizer por mim a metade do que faz por ela, eu me apaixono por você.

E o resto já sabe.

Hoje vamos no cinema e ela fez questão que eu escrevesse e de ajudar a escrever  esta história.

"Existem pessoas que entram em nossas vidas para nos salvar". [Iris]

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Sobre welingto

Welington Hungria, estudou Direito pela Universidade Federal de Uberlandia, trabalha como Treinador Corporativo Pleno, escreve sobre fantasia, cotidiano, e as vezes algo que realmente importe.
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2 comentários:

  1. parece veridico hahha.

    escrevo contos tbm, na sessão Júlio:

    brainstormtech.com.br/thealvez

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