- Nossa você posta umas fotos
muito bonitas, dá até vontade de dizer, “Oh lá em casa”, mas como sou educado,
não falarei isso.
E ela o empurrou, e ele a beijou, um beijo
doce, suave, ele sentia cada pequeno calor que vinha da respiração dela, via a
pele de Dália se arrepiar e de repente, seu coração acelerou, e seu corpo era
puro desejo de ficar ali para sempre até que foram interrompidos com um choro
de criança. O filho dela que estava dormindo acordou e os interrompeu, e a
jovem entendeu que era a hora de ir embora
Foi o que Ton postou no chat privado dela,
apenas por brincadeira. Eles haviam conversado algumas vezes no corredor do
trabalho, e trocado alguns cumprimentos no chat do Facebook, mas nada além
disso, ele nem esperava que ela respondesse, mas segundos depois seu celular
apitou.
- Boa noite, precisa ser educado assim
não, pode falar.
Então de pronto ele respondeu.
- Da próxima vez eu falo sim, talvez eu
fale também para completar “Ah se me desse mole”.
Ele estava gostando de jogar daquele
jeito, então fechou todas as conversas para se concentrar naquela única
conversa que lhe estava chamando a sua atenção, pelo menos até o momento que
ela pergunta.
- Você não é Gay?
Ton não acreditava que a menina estava
falando aquilo, ainda mais na sua justificativa para a tal pergunta.
- É que você sempre anda tão arrumadinho,
que achei que fosse gay, por isso sempre fiquei na minha.
Foi o que ela disse para se justificar, e
mesmo a indireta que veio com a justificativa, não tirava a indignação do
rapaz, que respondeu prontamente.
- Não sou.
- Que bom que não é.
Respondeu ela, e a partir dali, Ton não
imaginava, mas sua zona de conforto já era, pois foi assim que tudo começou.
Dália era uma bela mulher, jovem, de
cabelos pretos, e olhos levemente puxados, nada tinha de delicada e sutil, como
o seu nome sugeria, era demasiadamente rude, principalmente na presença de Ton,
que sempre a chamava de Fiona, mas era bela como a flor que dá origem ao seu
nome, pele levemente bronzeada e um sorriso encantador, sorriso este que ele
poucas vezes vira realmente.
Seu rosto carregava a dor de um
relacionamento, o que impedia aquele tão belo sorriso, admirado e no futuro, às
vezes até perseguido com certa insistência por Ton, de sair plenamente.
Eles acharam melhor passar a conversar
pelo Watts APP. E ambos tentavam se conhecer melhor, e mesmo se vendo todos os
dias, suas conversas fluíam apenas virtualmente. Talvez pela segurança, talvez
pelo fato de seus dias serem corridos, e estarem dedicados a outros
relacionamentos.
Dália estava saindo com um jovem rapaz que
trabalhava no mesmo departamento que ela, enquanto que Ton, tentava a sorte com
Acácia, mas sem muito sucesso.
-Durante
um tempo eu achei que você era Lésbica, até cheguei a comentar com uma amiga
sua...
-Mas
eu tive um passado lésbico, mas hoje não me interesso mais por garotas...
-Eu
não tive um passado Gay.
-Mas
me responde: Por que ainda está solteiro?
-Não
sei, mas ainda não achei a pessoa que me tire o sono. E você?
-Eu
tenho um filho pequeno, e é difícil achar homens que entendam que eu não quero
que eles assumam responsabilidades que não são deles, e que também não sou nenhuma
patricinha que pode sair todo final de semana, tenho responsabilidades com meu
filho.
E a conversa dos dois fluía como se já se
conhecessem há anos, então Dália resolveu perguntar.
-Adoro esses suas indiretas bem diretas.
Mas por que eu?
Ele não tinha resposta para esta pergunta,
e na verdade ele não entendia o porque daquele interesse repentino, mas o fato
era que Dália tinha algo diferente, algo que ele não encontrou em outras
mulheres. Dália por sua vez, estava perdida em sua confusão de sentimentos, e
viu que ele talvez pudesse fornecer a segurança necessária para sair de sua
bagunça.
Então, sem eles se dessem conta, marcaram
de se encontrar na casa de Ton para tomar uma cerveja e conversar um pouco.
-Posso
levar meu filho?
Perguntou ela, um pouco constrangida, mas
ao mesmo tempo mostrando que qualquer um que for fazer parte da vida delas,
também fará parte da vida de seu filho, e isso demonstrava a confiança que ela
tinha nele, apesar de pouco se conhecerem, mas por precaução, avisou todos os
familiares o endereço do rapaz, e disse que ligaria para falar que está bem,
afinal ela era uma mulher precavida.
E Ton foi descobrindo Dália, seus medos,
seu passado constrangedor de rockeira, sua afinidade por garotas no passado, e
principalmente, o motivo que não a deixava sorrir, e no meio da conversa ele
sentiu vontade de beijá-la e disse:
- Estou morrendo de vontade de te beijar.
- Você precisa de um empurrão? – perguntou
ela.
-Sim.
Continua....
Nossa!
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