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Uma Voz Rude e Intrometida - 01 - O Início

  - Nossa você posta umas fotos muito bonitas, dá até vontade de dizer, “Oh lá em casa”, mas como sou educado, não falarei isso.

Foi o que Ton postou no chat privado dela, apenas por brincadeira. Eles haviam conversado algumas vezes no corredor do trabalho, e trocado alguns cumprimentos no chat do Facebook, mas nada além disso, ele nem esperava que ela respondesse, mas segundos depois seu celular apitou.
 
- Boa noite, precisa ser educado assim não, pode falar.

Então de pronto ele respondeu.

- Da próxima vez eu falo sim, talvez eu fale também para completar “Ah se me desse mole”.


Ele estava gostando de jogar daquele jeito, então fechou todas as conversas para se concentrar naquela única conversa que lhe estava chamando a sua atenção, pelo menos até o momento que ela pergunta.

- Você não é Gay?

Ton não acreditava que a menina estava falando aquilo, ainda mais na sua justificativa para a tal pergunta.

- É que você sempre anda tão arrumadinho, que achei que fosse gay, por isso sempre fiquei na minha.

Foi o que ela disse para se justificar, e mesmo a indireta que veio com a justificativa, não tirava a indignação do rapaz, que respondeu prontamente.

- Não sou.

- Que bom que não é.

Respondeu ela, e a partir dali, Ton não imaginava, mas sua zona de conforto já era, pois foi assim que tudo começou.

Dália era uma bela mulher, jovem, de cabelos pretos, e olhos levemente puxados, nada tinha de delicada e sutil, como o seu nome sugeria, era demasiadamente rude, principalmente na presença de Ton, que sempre a chamava de Fiona, mas era bela como a flor que dá origem ao seu nome, pele levemente bronzeada e um sorriso encantador, sorriso este que ele poucas vezes vira realmente.

Seu rosto carregava a dor de um relacionamento, o que impedia aquele tão belo sorriso, admirado e no futuro, às vezes até perseguido com certa insistência por Ton, de sair plenamente.

Eles acharam melhor passar a conversar pelo Watts APP. E ambos tentavam se conhecer melhor, e mesmo se vendo todos os dias, suas conversas fluíam apenas virtualmente. Talvez pela segurança, talvez pelo fato de seus dias serem corridos, e estarem dedicados a outros relacionamentos.

Dália estava saindo com um jovem rapaz que trabalhava no mesmo departamento que ela, enquanto que Ton, tentava a sorte com Acácia, mas sem muito sucesso.

-Durante um tempo eu achei que você era Lésbica, até cheguei a comentar com uma amiga sua...

-Mas eu tive um passado lésbico, mas hoje não me interesso mais por garotas...

-Eu não tive um passado Gay.

-Mas me responde: Por que ainda está solteiro?

-Não sei, mas ainda não achei a pessoa que me tire o sono. E você?

-Eu tenho um filho pequeno, e é difícil achar homens que entendam que eu não quero que eles assumam responsabilidades que não são deles, e que também não sou nenhuma patricinha que pode sair todo final de semana, tenho responsabilidades com meu filho.

E a conversa dos dois fluía como se já se conhecessem há anos, então Dália resolveu perguntar.

-Adoro esses suas indiretas bem diretas. Mas por que eu?

Ele não tinha resposta para esta pergunta, e na verdade ele não entendia o porque daquele interesse repentino, mas o fato era que Dália tinha algo diferente, algo que ele não encontrou em outras mulheres. Dália por sua vez, estava perdida em sua confusão de sentimentos, e viu que ele talvez pudesse fornecer a segurança necessária para sair de sua bagunça.

Então, sem eles se dessem conta, marcaram de se encontrar na casa de Ton para tomar uma cerveja e conversar um pouco.

-Posso levar meu filho?

Perguntou ela, um pouco constrangida, mas ao mesmo tempo mostrando que qualquer um que for fazer parte da vida delas, também fará parte da vida de seu filho, e isso demonstrava a confiança que ela tinha nele, apesar de pouco se conhecerem, mas por precaução, avisou todos os familiares o endereço do rapaz, e disse que ligaria para falar que está bem, afinal ela era uma mulher precavida.

E Ton foi descobrindo Dália, seus medos, seu passado constrangedor de rockeira, sua afinidade por garotas no passado, e principalmente, o motivo que não a deixava sorrir, e no meio da conversa ele sentiu vontade de beijá-la e disse:

- Estou morrendo de vontade de te beijar.

- Você precisa de um empurrão? – perguntou ela.

-Sim.

E ela o empurrou, e ele a beijou, um beijo doce, suave, ele sentia cada pequeno calor que vinha da respiração dela, via a pele de Dália se arrepiar e de repente, seu coração acelerou, e seu corpo era puro desejo de ficar ali para sempre até que foram interrompidos com um choro de criança. O filho dela que estava dormindo acordou e os interrompeu, e a jovem entendeu que era a hora de ir embora

Continua....
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Sobre welingto

Welington Hungria, estudou Direito pela Universidade Federal de Uberlandia, trabalha como Treinador Corporativo Pleno, escreve sobre fantasia, cotidiano, e as vezes algo que realmente importe.
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